sábado, 1 de janeiro de 2011

Cheguei aos "enta"




Não costumo sofrer ao me olhar em espelhos.

O reflexo de mim mesma e o peso da minha idade não me incomodam.
Pelo menos por enquanto.
A cada episódio, a cada conquista ou perda eu penso: pelo menos vou ter o que contar aos meus netos.
Trago em minha memória muitas histórias e o registro de tudo está arquivado em cada fio de cabelo branco que carrego.
Desconfio do que vejo refletido nesse objeto chamado espelho, porque nem sempre ele me mostra o que tenho de bom.
Enxergo as rugas novas que aparecem em meu rosto como trilhas que segui e experiências que adquiri.
E eu me divirto.
É esse o meu lema: no mínimo eu me divirto.
Concordo plenamente com o dramaturgo francês Edmond Rostand, que, ao notar que envelhecia, disse: “Os espelhos já não são mais os mesmos”.

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