quarta-feira, 29 de dezembro de 2010


"A vantagem de ter péssima memória é divertir-se muitas vezes com as mesmas coisas boas como se fosse a primeira vez."



Friedrich Nietzsche

Vai voltar por quê?

E não me venham com esse papo de que "Jesus vai voltar".
Penso que ele só teria dois motivos pra voltar:
Ou onde ele tá é muito ruim ou
aqui é bom demais que ele quer ficar mais um tiquim...







Homens, homens, ai os homens e suas invenções...

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Uma da adolescência

    A gente sonha do tamanho do conhecimento que temos de mundo.
    Minha família tinha se mudado do seringal pra cidade e quando eu era adolescente conheci O Orelhão, daqueles que se usava ficha para realizar uma ligação telefônica..
    Para eu ligar pro trabalho da minha mamãe,  que aliás era coisa rara e era o único número que conhecia, andava umas 06 ruas. No Acre, em muitos bairros, não se contam quadras e sim ruas.
    Quando eu tava lá, fazendo meu percurso pra telefonar, ficava pensando na minha cabeça:
    Um dia vou ter um orelhão bem na frente da minha casa!
  Lembrando que ter uma linha telefônica era considerado patrimônio, com direito a ações na Telebrás. Custava tanto quanto um carro ter telefone em casa, ou seja, coisa de rico.
   E pensar que hoje em dia cada pessoa da minha casa tem um celular.
    Eu acho que as duas melhores invenções do mundo são o telefone e a sandália de dedos, do tipo havaianas. Agradeço todos os dias a esses inventores.
    Voltemos ao tamanho do meu sonho.
   Creio que eu nem sabia da possibilidade de ter uma linha telefônica em casa...
    E por falta desse conhecimento sonhava coisas viáveis a minha época.
    O meu sonho era do tamanho do meu conhecimento de mundo.

Coisas de minha infância

 

    Quando era pequena, e ainda hoje, tenho uma imaginação muito fértil.
    Nossa casa era de madeira e o banheiro, de alvenaria, era separado da casa.
    Ao ir tomar banho brincava com o registro do chuveiro, imaginado que fosse um grande navio e eu, claro, estava no controle.
    Colocava-me bem na frente do leme (registro) e dizia:
    - 90 GRAUS A BOMBORDO!
    Girava o leme bem rápido e imediatamente começava a cair água.
    Eu falava novamente:
    - CAPITÃO, O NAVIO TÁ ALAGANDO!
    Saiba que a palavra “alagar”, aqui no acre, é utilizada quando a canoa ou batelão está enchendo de água.
    E eu mesma respondia:
    - 45 GRAUS A ESTIBORDO!
    Lembrando que essas palavras eu tirei do filme Viagem ao Fundo do Mar, que eu assistira umas duas vezes, na TV da minha vizinha, olhando pela brecha da minha casa, porque na minha casa não tinha televisão. Mas essa já é outra história.
    Bem, voltemos ao banheiro.
    Essa brincadeira durava horas até que minha mamãe gritava:
    - Menina, o que é que tu faz tanto no banheiro? Que banho mais demorado!
    A outra brincadeira era o seguinte:
    O porta toalhas era um cabide em forma de gancho. Eu colocava a toalha em duas voltas, segurava na ponta e brincava de Tarzan pendurado no cipó.
    Vivia com as costas ralada de esfregar na parede! (kkkkkkkkkkk)
    O grande lance de tudo era uma imaginação tecnológica, sem conhecer tecnologia.
    Do lado do banheiro tinha um pé de azeitona, cujos galhos se espalhavam em cima do banheiro. Aliás, as azeitonas eram maravilhosas! Daquelas “entalagato”!
    Antes de tirar a roupa para banhar, olhava todos os cantos pra ver se não tinha nenhuma barata, lagartixa ou qualquer besouro me olhando. Se tivesse eu os espantava.
    Agora, imagina o que passava na minha cabeça:
    “- A tecnologia ta muito avançada! Vai que os japoneses inventaram uma câmera bem pequenininha e colocaram no olho do bicho pra me filmar..."
(kkkkkkkkkkkkk)
    Quem era que ia querer fazer isso?
    Sei lá. A verdade é que sofri muito tempo espantando os bichinhos!
    O fato é que tô falando do final dos anos 70, em que a tecnologia ainda não era tão avançada no Brasil, que dirá no Acre.
    Pelo menos não que eu saiba.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Não se ausente

Só é notado quem é visto.

Só é lembrado quem é notado.

Faça-se presente.