domingo, 20 de julho de 2014

Na madruga

Dia desses, estou eu chegando em casa, precisamente às 0h30min, estou a fechar o portão, aí uma senhora que vem passando inicia um diálogo comigo:
Ela - Boa noite! 
Eu - Boa noite! 
Ela - Você já é evangélica? 
Eu, educadamente, sorrindo respondo:
- Não senhora... 
Ela - Seu marido tá aí? 
Eu - Está dormindo... 
Ela, olhando para o interior da minha casa e para meu filho, indaga:
- Ele é seu filho? 
Eu, ainda sorrindo:
- Sim senhora!
Ela se aproxima e fala contundente:
- Você não quer ser evangélica não?
Eu - Não senhora, obrigada - com o sorriso quase se desfazendo
Ela, agressiva - Como é o seu nome?

Pensei na minha cabeça: puta que pariu, lá vem...
Respondi já meio seria.
Ela - Olhe, eu acho bom...
Dei-lhe um corte certeiro:
Olhe minha senhora me desculpe, mas ainda não matei, roubei, me prostitui, portanto não tenho motivos para ser evangélica e tem mais, cá estou eu, vindo de um ensaio, cansada e não tenho porque ouvir sermão a essa hora na porta da minha casa e quer saber? Com licença, não sou evangélica porque tenho mais o que fazer. 

A velha não se deu por vencida e manda:
Deus tá vendo, ele vai cobrar de você!
Juro, eu não queria ser grossa, mas tem tem gente que implora para conhecer meu lado papel de enrolar prego, aí falei sem dó nem piedade:
- Vá-se a China, mas eu num tô dizendo! Pegue esse seu Deus malvado e vingativo e leve pra bem longe de mim. Como já lhe disse tenho mais o que fazer. Além do mais, desconheço um convertido que tenha procurado Deus num momento de calma e felicidade, todos procuram um credo na hora do temor, da dor ou de aflição e eu estou muito bem, obrigada. Tenha um bom final de noite.
Por falta de argumentos ela se foi...
Eu?
Continuo aqui, feliz da vida.

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